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  • Writer's pictureMarcia Farias

U.S. News Report Best Colleges Rankings


Qual a relevância dos rankings na escolha da universidade nos Estados Unidos?


Um dos critérios mais importantes que estudantes e pais de estudantes internacionais elegem para pesquisar universidades nos Estados Unidos é o ranking da universidade. Com frequência sou contactada por pais que querem que seus filhos sejam apliquem apenas para as top 50, top 25 ou mesmo top 10 universidades do ranking. Evidentemente, existem inúmeros rankings diferentes para categorizar universidades nos Estados Unidos. Mas quando os pais mencionam essas universidades, estão quase que invariavelmente se referindo ao ranking do U.S. News Report Best College Rankings.[i] E nenhum até hoje me perguntou se esses rankings são de fato importantes.

A resposta, como acontece com quase todas as perguntas relacionadas a college consulting, é: depende.

Se o estudante já sabe qual o major que quer estudar (o curso universitário pretendido), pode fazer sentido buscar rankings naquele curso específico. E aqui um parêntese: alguns estudantes e pais de estudantes preferem uma universidade com um ranking mais alto – mesmo que essa universidade nem ofereça o major que o aluno gostaria de estudar! Assim, por exemplo, se seu sonho é engenharia aeronáutica ou aeroespacial, faz sentido renunciar ao sonho para estudar numa universidade classificada alguns pontos acima no ranking da U.S. News Report?

Esse “depende” inclui suporte ao aluno internacional e a estudantes com diferenças de aprendizagem; o corpo estudantil (você quer um ambiente altamente competitivo ou mais colaborativo?); a localização (por exemplo, biologia marinha requer proximidade do mar); o clima; o tamanho da universidade (se você quer uma universidade muito grande ou prefere uma universidade menor); se você precisa de mais apoio na área de matemática ou de inglês; se você quer morar no campus ou fora do campus; se você quer fazer parte de um clube social (Greek life) ou se detesta esse tipo de associação; se você gosta de praticar um determinado esporte, ainda que não seja um aluno-atleta etc.

Voltando ao U.S. News Report, vou explicar em três partes neste blog como é composto esse ranking – e aí você pode tomar uma decisão informada sobre o peso que deve dar aos rankings ao montar a sua lista de universidades.

O U.S. News Report agrupa as 10 categorias do Carnegie Classification of Institutions of Higher Education[ii] em quatro grandes categorias: National Universities, National Liberal Arts Colleges, Regional Universities and Regional Colleges[iii]. Essas 10 categorias agrupam as universidades de acordo com sua missão acadêmica, e as classifica de acordo com 17 indicadores de qualidade acadêmica, resultando numa nota. À maior nota é atribuída a pontuação 100, e as demais universidades são avaliadas numa escala de 0 a 99, refletindo seu distanciamento da nota 100. As universidades cuja classificação fique dos 75% do total de universidades pesquisadas recebem um ranking equivalente às notas do percentil 25 da faixa em que se encontram (por exemplo, ranking 90-120, em vez de posição n. 102).

Neste primeiro post, vou tratar do ranking das universidades nacionais.

National Universities

As universidades nacionais são aquelas que conferem títulos de doutorado, inclusive nas áreas de medicina e de direito, além de títulos de mestre e, obviamente, de bacharel – o bacharelado, nos Estados Unidos, é o undergraduate degree. Por isso mesmo, as national universities são universidades com grande atividade na área de pesquisa – o que não significa dizer, necessariamente, que o estudante de graduação poderá fazer pesquisa.

Há 443 universidades nacionais nos Estados Unidos: 227 universidades públicas e 211 universidades privadas.

No ranking das universidades nacionais, 40% dos fatores pesquisados são de outcomes da educação – êxito em matrícula, retenção e formatura dos estudantes. Vamos fazer um breakdown desse percentual:

- 8% relacionam-se ao índice de formatura de alunos. Esse índice resulta no número de estudantes formados após 6 anos de curso, comparado ao índice previsto pelo próprio US News Report, e estimado primordialmente com base nos estudantes de primeira geração e menos favorecidos economicamente, além de dados de admissão, financeiros e esforços nas áreas de matemática e ciências. O índice não é inteiramente relevante para estudantes internacionais por conter dados que, muitas vezes, não lhes dizem respeito. Isso porque, em grande parte, os estudantes internacionais não têm direito a Pell Grants ou a empréstimos do governo federal.

- 5% são dados de mobilidade social, calculados também sobre dados de grants e empréstimos do governo federal.

- 5% são dados de endividamento, calculados sobre empréstimos do governo federal.

- 17.6% são dados de formatura: uma média em quatro anos de estudantes que se formam na universidade em até seis anos.

- 4.4% é a parte reservada a índice de retenção: uma média em quatro anos de estudantes que retornam à universidade após o primeiro ano acadêmico.

Grosso modo, podemos dizer que esses dois últimos fatores no ranking são os que realmente importam para estudantes internacionais, e juntos são 22% da pontuação atribuída a cada universidade.


No ranking, 20% da pontuação diz respeito ao corpo docente.

- 8% desse percentual corresponde ao número de alunos por matéria/sala de aula. Um número menor de estudantes/curso no ano acadêmico anterior corresponde a uma pontuação mais alta.

- 7% correspondem aos salários dos professores, ajustado por região geográfica.

- 3% correspondem ao número de professores de tempo integral com o título de doutor ou do grau acadêmico mais alto em sua área. Professores part-time, muito comum em áreas profissionais, como business, moda e áreas de saúde, têm peso de 1/3 o do professor de tempo integral.

- 1% corresponde à proporção estudante/professor.

De modo geral, podemos dizer que esses 20% impactam o estudante internacional.


No ranking, 20% da pontuação atribuída às national universities diz respeito a prestígio, que o US News Report denomina “expert opinion”.

Todos os anos, o US News, que é um veículo de mídia, encaminha aos presidentes de universidade e diretores de admissão um questionário que indaga sobre a qualidade acadêmica das universidades que esses profissionais conhecem bem.

Note que essa avaliação é bastante subjetiva. A primeira crítica que se faz é que, num universo de mais de 400 universidades, é impossível os profissionais conhecerem bem mais do que apenas algumas, a ponto de sentirem-se capacitados para atribuir-lhes notas.

Outra crítica bastante consistente é que o questionário foi encaminhado a 4838 profissionais em 2022, e desses, apenas 34.1% responderam. Isso reforça a primeira crítica – de que por vezes os profissionais consultados não conhecem bem muitas universidades além das suas próprias e algumas outras poucas.

Conclui-se que esses 20% podem impactar estudantes internacionais, mas que são extremamente subjetivos.


No ranking, 10% dizem respeito aos recursos financeiros despendidos por aluno em instrução, serviços e outras despesas educacionais.

Esse percentual tem impacto na experiência do estudante internacional.


Ainda no ranking, 7% dizem respeito à excelência do corpo estudantil. Essa avaliação tem por base dois indicadores: notas médias de todos os alunos que apresentaram notas de SAT/ACT (5%) e classificação dos alunos na turma de formandos de sua escola no ensino médio (2%).

A qualidade do corpo estudantil pode impactar a experiência do estudante internacional.


Por fim, 3% das notas atribuídas pelo veículo de comunicação dizem respeito a doação de ex-alunos, o que reflete sua satisfação com a universidade e com os laços que forjaram.

Embora os recursos possam beneficiar a todos estudantes, os estudantes internacionais não têm, geralmente, o hábito de fazer doações à sua alma mater.


Agora você já sabe como são coletados os dados para os rankings.


Seria muito simples dispensar alguns desses dados, mas podemos dizer que aproximadamente entre 70% e 90% dos dados coletados para compor as notas atribuídas nos rankings realmente impactam estudantes internacionais, e que, por esse motivo, algumas posições acima ou abaixo nos rankings não farão diferença no prestígio da universidade.


Entretanto, o ranking não deve ser o fator preponderante na escolha de uma universidade. Como já dissemos acima, muitos outros fatores impactam na experiência do estudante que está cursando a graduação nos Estados Unidos. Esse fatores podem ser determinantes para que o estudante se forme em quatro anos e se sinta realizado na universidade e no curso escolhido.


O que você acha? Quais são os fatores mais importantes para você ou para seus filhos na escolha da universidade?

[i] Para uma compreensão de como surgiu esse ranking, recomendamos a leitura do livro de Jeff Selingo, Who Gets In and Why. [ii] A Carnegie Classification, publicada desde 1973 e utilizada para pesquisas e distribuição de recursos públicos, é baseada no IPEDS e é útil para pesquisar universidades com base em vários critérios diferentes. [iii] https://www.usnews.com/education/best-colleges/articles/how-us-news-calculated-the-rankings

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